segunda-feira, 21 de julho de 2008

IDEOLOGIA, PRA VIVER


Intelectualóide ouvindo Cat Power, Radiohead e bandas alternativas tomando chá de abacaxi.Livros empilhados, revistas no chao. Caixas e mais caixas. Canetas. Papeis. Papeis. Lenços. Papeis. Uma gaveta só de remédios. Fios. Cadernos. Papeis. Canetas. (é um ciclo meio sem fim)

Chuta tudo! Pega o carro! Enfia o pé no acelerador, canta pneu em conjunto residencial. Estourar caixinhas do som ouvindo Slipknot ou Underworld no volume 29. Yeah, baby yeah.

Volta pra casa abaixando o som na esquina. Tomar banho com 25 produtos. Botar um vestidinho rodado de cintura marcada à lá anos 50 com uma cor romantica. Sapatinho de boneca. Maquiagem "natural". Visual clean e romantiquinho. Lacinho ou tiara no cabelo. Pulseira, colarzinho e brincos combinando. Faltou só o pisca-pisca de cílios.

Exploda-se. O negócio é calça jeans, camiseta preta de banda, allstar no pé, bolsa transversal de 7 reais da Galeria do Rock. Cabelo despenteado. Maquiagem preta -isso se tiver paciencia pra faze-la... Bota esse som no toco na playlist de "route 66" e vam' pro Porão?!

Na verdade, o negócio é o tuntz-tuntz a madrugada toda. Sair de moicanozinho e aquele trocinho no braço, de rave mesmo. Chegar em casa 6h30 da manhã do dia seguinte, trazendo o pão pra ver se ameniza a bronca da mãe.

Balada. Rock. Piscina. Direção. Porres.

Eu quero a vida a mil por hora, mais forte do que posso aguentar! Quero não ter tempo pra dormir e quero dormir até as 5h da tarde!

Ah sim, claro que tenho meus momentos de menina ajuizada, de pessoa responsável. Penso no meu futuro, no da minha família. Sou uma menina que visita os avós, namora certinho e tenta conciliar os amigos em tudo que faz. Quero mudar o mundo, ajudar velhinhos e crianças, tirar as pessoas da rua.

Mas eu quero tambem correr por aí. Pular, dançar, beber até não lembrar. Beijar, se agarrar, se perder com o namorado. Ou entao, se solteira, por que não?, beijar alguém que não conheço, me arrepender depois. Praguejar o galinha que te enganou. Dormir de maquiagem e acordar toda borrada. Tomar tequila, ficar tonta e perder um sapato. Cair na piscina as tres da manhã. Quebrar um salto, rasgar uma roupa. Carregar um amigo bebado.

Quero pintar o rosto e ir pras ruas. Fazer passeata. Jogar ovo em político corrupto, que rouba dinheiro do povo pra comprar um iate de 3 andares. Quero cuspir nessa política imunda e queimar bandeiras em praça pública. Quero ter 16 anos e achar que pode realmente mudar o mundo, quero cantar Imagine com um violão e uma tira na cabeça, e, no dia seguinte, toda minha preocupação ser com uma prova de Matemática.

Quero voltar pra um mundo sem aquecimento global, sem crise nuclear, sem Oriente Médio, sem petróleo a $150, sem guerra no Iraque, sem extremas direita-esquerda, sem a crise na America Latina. Um mundo que ninguem precise acompanhar taxa de juros, inflação, crise de alimentos, índice de desemprego, taxa da nova CPMF ou INSS.

Ser politicamente correta é chato. É um tédio. Alguém, fazfavô, tira isso da minha consciência? E fazfavô, tirem da de voces tambem.

Quero meu lado transgressor, rebelde, violento, louco. Não é muito mais divertido?!

Quero Cazuza pra mim e em mim. 10 anos a 100 (km/h), do que 100 anos a 10 (km/h). Porque sim, meus heróis morreram de overdose, meus inimigos estão no poder, sou uma metralhadora cheia de mágoas e preciso de uma ideologia pra viver. Quero mais é uma vida louca vida me leve.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

DA TPM


Ao ler o título, homens devem ter sentido um calafrio e feito uma careta e enquanto algumas mulheres soltaram um suspiro, outras devem ter empinado o nariz e pensado “ainda bem que eu não tenho”. Ah, confessemos, uma a cada três semanas do mês estamos insuportáveis.

Não digo nem aos outros. Você não precisa ser a louca-psicótica que tem ataques raivosos, que chuta o cachorro no fim do dia, que briga com o porteiro porque esqueceu sua chave, que briga com o namorado porque acha que no elogio dele, ele foi sarcástico. Podemos estar insuportáveis simplesmente pra nós mesmas.

Aqueles dias que você se sente a mais gorda, feia, horrível do infinito do universo. Aquele dia que seu cabelo conspira contra voce, a unha está feia, nasceu uma espinha no nariz, tem um calo no pé, encravou um pêlo e você bate o dedinho num canto de mesa ou parede.

Pode também ser aquele dia que você chora se vê um balão de hélio que escapou da mão da criança, seu sorvete cai no chão, você quebra um copo, chora com Lagoa Azul e depois de qualquer dessas coisas, começa a filosofar de como a vida é fugaz, cruel, o tempo é uma engrenagem que nos mastiga, que nada nos pertence e que vamos ser engolidos por um buraco negro e tudo vai se acabar.

Na verdade, o que tá se acabando é o nosso mundo, nessa maldita dessa uma semana no mês não é?! Tudo é o fim. Não há meio termo. Não existe nem o 8 ou 80. É uma questão de ter simplesmente tudo ou absolutamente nada! Será que ninguém entende?!

Convenhamos que entender é uma coisa, aceitar e conviver bem com isso é outra alguns quilômetros à frente. Afinal, quem aguenta uma mulher na TPM?! Talvez voce, se tiver a serenidade de um Buda...(mas eu prefiro partir do pressuposto que isso é um mito também, afinal aqueles monges do Tibet vivem sem nenhuma mulher por perto e não sabem o que é isso na pele!).

Então você, mulher consciente que é, decide não irritar os outros por sua alteração hormonal e fica em casa o dia inteiro, comendo chocolate e assistindo filme. Chega no fim do dia, está triplamente mais irritada porque ficou em casa, comendo chocolate e assistindo filme, o que significa que, além do enjôo por tanto chocolate, voce está mais gorda, ninguém se compadeceu da sua situação e ninguém tentou te animar. Então a vida realmente é cruel e o mundo vai acabar.

Que conclusão tiramos disso?! O mundo sempre irá acabar uma vez por mês, então vamos preparar nossos estoques de chocolate e vocês pessoas próximas a mulheres, observem e impeçam-na de comer todos os chocolates e fiquem o dia inteiro tratando-na como uma rainha, para, quem sabe, você conseguir reduzir os efeitos desses malditos hormônios -sendo otimista- pela metade.



domingo, 18 de maio de 2008

Da ilusão hollywoodiana



Seja você cinéfilo ou não, de vez em quando se rende à um filme. Pode até ser aquele filme que passou 357 vezes na Sessão da Tarde -quando você ainda podia assistir à Sessão da Tarde- de 1985 cujo astro-mirim hoje tem quatro netros. Ou seja, grande fã ou não, voce assiste filmes. E quantas vezes depois de um filme você ficou pensando, refletindo, sobre qualquer coisa relacionada ao que se passou nele?! Eu acredito que em 99% das vezes!

Pois bem. Digo isso porque as pessoas podem assistir filmes porque os efeitos especiais são bons, porque gostam do tema, porque gostam da técnica, porque querem rir, porque querem chorar, porque não tem nada pra fazer... por “n” motivos. Mas sempre, seeempre fica aquela coceirinha na mente depois de seja lá qual filme voce tenha assistido.

E é exatamente dessa ilusão hollywoodiana que falo. Dessa hipnose, seria o termo mais apropriado. Não é fantástico?! Eu acho! E olha que não sou desses que acompanho de perto as notícias da 7ª arte, conheço salas alternativas para filmes estrangeiros e consigo lembrar so dois filmes até hoje que assisti e não eram em inglês ou português.

Ok. Mas tudo isso é pra falar de algo que, além do citado acima, que se refere a qualquer filme de qualquer gênero, de uma forma bem geral mesmo, eu estou escrevendo isso baseado no último filme alugado que assisti (chama-se "Antes do Amanhecer") e, sim, pra variar, é um drama (particularmente meu gênero preferido).

O que eu acho mais fantástico da indústria cinematográfica é especialmente a capacidade que seus integrantes têm de fazer a vida parecer um grande espetáculo onde cada detalhe é recheado de glamour. Sim! Isso mesmo! Eu sou muito intrigada por como essas pessoas envolvidas nas produções de filme conseguem fazer as coisas mais ordinárias do dia-a-dia parecerem momentos inesquecíííveis, eteeernos, memoráááveis, grandiosíssimos, de uma forma geral. É incrível perceber como eles conseguem captar e transmitir quão singular é -realmente!- um momento concebido como “normal”.

Digo isso quando penso na comoção causada por um drama como o supracitado que se passa numa capital européia que não chama atenção turística alguma (Viena) e por se tratar de um espaço de tempo curto (um dia) e mostrar coisas banais (parques, bares, conversas, praças, qualquer coisa! até mesmo aquele momento que o assunto acaba) e o modo como isso tudo é exibido é tão singelo e exposto tão trabalhadamente de modo a parecer natural que, ao vê-los, concomitantemente pensamos quão romântico e incomum é viver algo daquele jeito e quão comum, quão fácil, quão simples e cotidiano é fazer todas aquelas coisas.

Nossos dias são inteiramente construídos de pequenos atos que são mais nada que corriqueiros. O problema está em nos acostumarmos a eles. O costume, a acomodação nos faz deixar de perceber a graça que eles possuem. É aquela história de você se perguntar o que tem no lado esquerdo do seu caminho pra faculdade/trabalho/escola. Que cores, que flores, que prédios...?! Qual foi o último pôr-do-sol que você viu?! Quais eram as suas cores?! Não lembra?! Não tem tempo pra ver o pôr-do-sol?! Quando você dirige no trânsito no fim da tarde se irrita com o buzinasso e os carros que não andam, mas o céu ainda está com todas as cores crespusculares e enquanto se está parado no semáforo não há perigo em notá-las.

Nao vou ser hipócrita e dizer que faço isso sempre. Claro que não faço! Sou uma pessoa que nasci nos anos 80, cresci nos 90 e vivo nos 2000. Passei do seculo XX pro XXI e sou, por isso, oficialmente, uma filha do século da solidão, da selva de concreto, do asfalto, dos combustíveis fósseis e da tecnologica automatizada. E não vou dizer que desprezo tudo isso. Mas digo sim, que isso cansa, e você não precisa passar três dias de ermitão no meio do mato ou na praia durante as férias pra perceber que sua vida inteira não é feita dos momentos bons dos dias de folga, mas dos momentos em que você percebe que está vivo ao notar a singularidade de cada um deles, sejam excepcionais ou cotidianos.

Coisas que só Hollywood pode fazer por você ;)

sábado, 17 de maio de 2008

1,2,3... testando


Por que hipocondria?!
Porque "nos deram espelhos e vimos um mundo doente (ee-eee-eeee)". Ou vai dizer que não?!

Ok. Na verdade é porque eu sou uma paranóica, neurótica,obssessivo-compulsiva e sou uma hipocondríaca mental. Minha necessidade quanto à remédios são por Valiums mentais.

Vá em frente, pode me chamar de doida.